O Instituto Iberoamericano da Finlândia apresenta a 31 de julho a exposição de fotografia e vídeo-arte finlandesa Bodies, Borders, Crossings (Corpos, Fronteiras, Travessias) em Montevideo, concretamente no Ponto de Encontro da Direção Nacional de Cultura do Ministério da Educação e Cultura do Uruguai. Através dos trabalhos de dez artistas realizados na Finlândia, a exposição examina conceitos como corporalidade e controlo, relações corporais, fronteiras e travessias de fronteiras.
Grande parte da vida contemporânea relaciona-se com o movimento e a migração, e inumeráveis corpos e objetos cruzam constantemente diversas fronteiras. As fronteiras unem, assim como separam, países e culturas e todas as entidades são construídas sobre a base de categorizações e a definição de fronteiras. O corpo humano em si pode ser pensado como uma área rodeada de uma fronteira formada pela pele e pelos contornos corporais, contornos que também estão sujeitos a um “controlo fronteiriço” em termos de normas e ideais.
Os trabalhos apresentados enfocam o tema da corporalidade, as fronteiras, e as travessias desde várias perspetivas. Alguns deles investigam o significado das regras de género, outros questionam a alvura como norma no Norte. Alguns interrogam-se acerca da noção de movimento “livre” globalizado e, em geral, a exposição contribui ao debate sobre o desaparecimento de algumas fronteiras e aparecimento de outras. Jaakko Heikkilä, Catarina Ryöppy, Minna Rainio e Mark Roberts ocupam-se de travessias de fronteira locais e temporais: emigração e imigração, assim como travessias voluntárias e forçadas.
Marja Pirilä, Hannele Rantala e Raakel Kuukka, concentram-se na construção de identidades a partir das fronteiras e travessias das mesmas. Riikka Kuoppala, Minna Suoniemi e Elena Näsänen desafiam, ou até interrompem, certas suposições conectadas às fronteiras estabelecidas para o corpo humano e os géneros.
Corpos, fronteiras e travessias produzida pelo Instituto Iberoamericano da Finlândia, junto ao Instituto de Nova York, com a colaboração da Direção Nacional da Cultura do Ministério da Educação e Cultura do Uruguai e com funções de comissária a diretora do Instituto Cultural Finlandês em Nova York, Leena-Maija Rossi, e o fotógrafo Kari Soinio. A exibição, que chega diretamente do Peru, onde se falou da Fotografia bienal de Lima, forma parte de um grande projeto do Instituto para fomentar o conhecimento na América Latina da arte finlandesa, dos seus artistas e do bem fazer artístico do país nórdico. O projeto consta de formação, exposições e eventos de interconexão, já que a região latino-americana será precisamente o ponto de interesse do Instituto durante os anos 2014-2016.
Quinta-feira 31 de julho às 11 horas, Leena-Maija Rossi dará uma palestra sobre a exposição.