“A América Latina é mais do que conflitos e corrupção, e também muito mais do que salsa e samba”, afirmam Harri Kettunen e Elina Vuola, os editores do livro América Latina – gente, cultura e sociedade que será publicado este mês de abril na Finlândia. A nova obra, escrita em finlandês, oferece um panorama amplo sobre a história, língua, cultura e questões sociais desta zona geográfica, serve de manual tanto para estudantes e investigadores como para profissionais na cooperação ao desenvolvimento, e também a empresas e interessados na América Latina. O livro reúne 21 investigadores finlandeses especializados na região, cada um analisa a área de diferentes perspetivas.
Na Finlândia, país de edição do livro, “o que é que se sabe desta zona gigantesca cuja importância mundial está em contínuo crescimento?”, perguntam-se Kettunen e Vuola. O mesmo podia ser transposto a Espanha. Trata-se de uma zona enorme com uma longitude maior que a distância entre Espanha e o Japão. Dependendo da definição, na América Latina existem de 19 a 23 países, há 550 milhões de habitantes e até 500 idiomas. Na atualidade, muitas empresas e organizações finlandesas operam na América Latina e, na Finlândia os estudos da língua castelhana são cada vez mais populares, ainda que a presença da América Latina não se note muito nos média deste país nórdico, razão pela qual os editores viram a necessidade de editar este livro, especializado, atualizado e com pontos de vista novos.
A América Latina é efetivamente muito mais que salsa e samba e, nos doze artigos da obra, o leitor familiariza-se, por exemplo, com a cooperação ao desenvolvimento, a identidade da Amazónia, a religião, o novo cinema latino-americano e as artes visuais. Alguns capítulos dedicam-se a temas menos conhecidos na Finlândia, como por exemplo os idiomas da zona, os desafios dos médios e a herança africana. O artigo sobre a cultura maia de Harri Kettunen e o artigo dedicado aos povos indígenas dos Andes centrais, de Martti Pärssinen e Antti Korpisaari, oferecem um ponto de vista histórico. As questões sociais são analisadas no capítulo sobre a política médio-ambiental, escrito por Markus Kröger; e no artigo sobre o género e a participação social feminina redatado por Elina Vuola e Sarri Vuorisalo-Tiitinen. A diretora do Instituto Ibero-Americano da Finlândia, Auli Leskinen, também participou na criação da obra com dois artigos sobre a literatura latino-americana e sobre os desafios dos média.O Instituto Ibero-Americano da Finlândia apoiou a publicação deste livro que agora pode encontrar-se na nossa biblioteca.
Sejam bem-vindos à biblioteca do Instituto Ibero-Americano para conhecer a América Latina!