O Instituto Ibero-Americano da Finlândia participa no programa cultural Oulu2026 com um projeto que une duas cidades europeias distantes. Sob os auspícios do Instituto, artistas finlandeses e espanhóis encontrar-se-ão e trabalharão juntos em residências, primeiro em Espanha e depois na Finlândia. O fotógrafo Antti J. Leinonen e o criador Miguel Sbastida são os responsáveis pela inauguração deste projeto colaborativo. Os resultados das colaborações serão exibidos em Oulu durante a sua capital, e em Madrid em 2027.
Oulu2026 é uma oportunidade para 40 municípios
Uma cidade foi designada pela primeira vez Capital Europeia da Cultura em 1985. Esta iniciativa sublinha o papel das artes e da cultura no desenvolvimento urbano e promove a cooperação em toda a Europa. No início, cidades europeias bem conhecidas, como Atenas ou Londres, foram destacadas, e o objetivo era mostrar as cidades e a sua atividade. Hoje, no entanto, o foco está na promoção de lugares menores, menos conhecidos e com potencial. Um deles é Oulu, que é acompanhado por este esforço cultural: um total de 40 municípios na Ostrobótnia do Norte, Kainuu e Meri-Lap participam ativamente no projeto de capital cultural.
No centro do projeto Oulu2026 está a ideia de mudança climática cultural, o que na prática significa focar no potencial da região: novas experiências se vão construindo para o ano da capital, mas com o objetivo principal de causar um impacto duradouro. Oulu2026 trará alegria, diversão e novas formas de pensar e entender para as pessoas. Oulu é conhecida em todo o mundo pela sua experiência tecnológica, mas agora a cidade quer concentrar-se em mostrar ao mundo sua experiência cultural. “Estamos a desenvolver uma vida cultural mais rica em Oulu e arredores. Aqui no norte, também é possível viver experiências culturais de classe mundial, nas quais se pode participar de perto e de longe. A cultura gera bem-estar e inclusão, o que é importante nos dias de hoje”, diz Hyvönen.
A identidade europeia está presente em todos os projetos
Embora a maioria dos eventos tenha lugar no norte da Finlândia, há participantes de todo o mundo. A identidade europeia concretiza-se através de redes e de atores internacionais, mas também através dos temas pan-europeus dos projetos. Nas convocatórias para o programa Oulu2026, foram incentivadas as parcerias e colaborações. Em alguns projetos, o parceiro principal é internacional, como no caso do Instituto Ibero-Americano na Finlândia. Noutros, o principal promotor é uma instituição local, mas a ideia original pode ter partido de um parceiro noutro local. Internacionalidade significa cooperação concreta entre países e culturas, mas também pode referir-se àquilo que une o norte e o sul da Europa ao nível das ideias.
A proposta apresentada pelo Instituto foi selecionada em 2022 através de uma chamada aberta que gerou grande interesse internacional com um total de 274 candidaturas de 20 países diferentes. “A proposta do Instituto Ibero-Americano da Finlândia encaixa bem no nosso programa como um todo. Também achamos interessante como as fronteiras europeias se uniram”, diz Hyvönen. Quando a cultura e a arte europeias são visíveis em Oulu, a cidade também é visível na Europa, ou seja, há uma interação.”
A cultura aproxima as pessoas
O ano da capital cultural é feito para as pessoas, não é desculpa para fazer alguma coisa. Através da arte e da cultura, as pessoas podem descobrir novas formas de pensar, compreender e comunicar. Estes também trazem felicidade e bem-estar. “Isto é especialmente importante nos tempos em que vivemos hoje, na Finlândia, na Europa e no mundo”, diz Hyvönen. “A cultura tem a capacidade de aproximar as pessoas através de fronteiras concretas e abstratas, bolhas e polarização. A cultura é uma força de mudança que traz esperança e significado para a vida das pessoas.”
O programa cultural do Oulu2026 convida-nos a divertirmo-nos, mas também a descobrir novas perspetivas sobre nós próprios, sobre a sociedade e sobre o mundo. “Montamos a programação cultural juntamente com o público. O objetivo é oferecer às pessoas algo além do papel tradicional de espectador. As atividades são concebidas para envolver as pessoas de diferentes formas e para si próprias. O olhar final do programa está nas mãos de todos nós”, diz Hyvönen.
A superpotência nórdica
As palavras de Hyvönen realçam o carácter especial da região nórdica. A área de Oulu2026 pode não ser conhecida como um dos principais destinos turísticos da Finlândia, mas há muito o que fazer na região. Na ilha de Hailuoto, por exemplo, há arte e cultura durante todo o ano, e o internacionalmente famoso Festival de Música de Câmara Kuhmo celebrou o seu 50º aniversário no verão de 2020. “Esperamos que o Ano da Capital da Cultura coloque Oulu no mapa mundial como uma região cultural vibrante. Queremos ser conhecidos pelo nosso imediatismo, proximidade e forma descontraída de fazer as coisas. A cultura nórdica e a cultura de qualidade não são, de modo algum, mutuamente exclusivas: há experiências de classe mundial e coisas para fazer aqui. Mas podem ser feitas à nossa maneira nórdica”, diz Hyvönen, que está encantado.
