Pesquisas finlandês-brasileiras, coordenadas pelo Instituto Ibero-Americano da Finlândia e pela Factum Foundation, continuam com trabalhos de campo na Amazônia.
O pesquisador do Instituto Ibero-Americano da Finlândia, Martti Pärssinen, especializado na antiga civilização Aquiry e em seus centros cerimoniais geométricos, conhecidos como Geoglifos, retornará ao Brasil para dar continuidade aos trabalhos de campo entre os meses de maio e julho. Ao final da expedição, será realizada na cidade de Rio Branco uma conferência acadêmica internacional, que pretende reunir profissionais de diferentes ciências entorno das pesquisas sobre os Geoglifos e explorar possibilidades para a proteção dessas descobertas.
Durante os trabalhos de campo, Pärssinen, junto com seus colegas brasileiros, continuará as pesquisas relacionadas à tecnologia LIDAR na região do Acre, no Brasil. O LIDAR é uma tecnologia a laser que tem possibilitado, até o momento, a localização de centenas de geoglifos anteriormente desconhecidos, assim como extensas redes de caminhos que pertenceram à antiga civilização Aquiry. Com o uso dessa tecnologia, é possível medir, a partir do ar, o terreno e suas características na floresta amazônica.
O ponto culminante da expedição será o simpósio internacional que acontecerá nos dias 8 e 9 de julho com o apoio do Instituto Ibero-Americano da Finlândia. Esta conferência multidisciplinar tem como objetivo divulgar as pesquisas realizadas nas últimas duas décadas, situar o estado das políticas de preservação e gestão de sítios arqueológicos com Geoglifos no estado do Acre, bem como divulgar previamente dados inéditos sobre o tema. O evento é organizado pelo Instituto Ibero-Americano da Finlândia, em colaboração com duas universidades brasileiras: Universidade Federal do Pará e Universidade Federal do Acre. No Brasil o projeto é apoiado por Instituto de Patrimonio Histórico y Artístico Nacional (IPHAM), Ministério Público Federal (MPF) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA).
O arqueólogo Martti Pärssinen, o paleontólogo brasileiro Alceu Ranzi e outros colegas têm promovido a pesquisa sobre a civilização Aquiry há mais de duas décadas. Esta pesquisa tem revolucionado nossa compreensão sobre a história e o presente da Amazônia: a região não estava desabitada, e as primeiras evidências humanas datam de há 10 000 anos. A civilização Aquiry, que habitou o coração da Amazônia brasileira entre 700 a.C. e 900 d.C., criou geoglifos com formas quadradas, circulares e formas multilaterais, evidência de uma cultura altamente desenvolvida.
Leia a entrevista de Martti Pärssinen para Entre Culturas aqui.